A minha mão no teu mamilo. A minha mão no teu cu. A minha mão que aprende o teu corpo. A minha mão que invade o teu sexo molhado. A minha mão no teu pescoço enquanto te vens. A minha mão e a tua pele.

Apesar da idade, não me acostumar à vida. Vivê-la até ao derradeiro suspiro de credo na boca. Sempre pela primeira vez, com a mesma apetência, o mesmo espanto, a mesma aflição. Não consentir que ela se banalize nos sentidos e no entendimento. Esquecer em cada poente o do dia anterior. Saborear os frutos do quotidiano sem ter o gosto deles na memória. Nascer todas as manhãs. 

Miguel Torga

Agarrou no meu sexo e decidiu sem mais demora que o ia devorar. Foi então que vi naquele olhar a piedade e a fome, a submissão e o orgulho.

"É mais fácil ser amante do que ser marido, pela simples razão de que é mais difícil ter espírito diariamente do que dizer coisas bonitas de vez em quando."

Honoré de Balzac 

Entrei nela como se fosse uma religião, com alegria e fervor. Perdi-me nos lábios quentes e abertos. Enterrei a minha esperança e a minha redenção. Saboreei a satisfação da epifania.

Somos todos curiosos. Precisamos ver o que está acima das nuvens, no topo das montanhas e no mais profundo dos oceanos. Queremos perceber a pele e entrar nela. 

Existem olhares que nos fazem querer saber mais.

Coisas simples

Necessidade

Ela ligou e disse que tinha o meu cheiro dentro dela. Sentia ainda a presença do meu sexo. 

Tinha sido bom e forte. A pele, os músculos, o suor e as terminações nervosas. 

Ouvi aquela voz e as partes mais sensíveis do meu corpo acordaram. 

Definitivamente precisava dela outra vez.